sábado, 28 de março de 2009

ABRIGO



Vento...
Ventania forte
prenúncio de temporal.

Abrigo-me.
Escondo-me...
Tento descansar.
Pensar causa-me esforço...

Vento...
Ventania forte.
Chega impetuosa
arrastando debaixo de suas asas
o meu frágil abrigo.

Desnuda-me.
Como pode?
Como ousa?
Até onde seus olhos me perscrutam?
Até quando devo viver
na instabilidade do vento
dos seus desejos?

Cubro-me.
Protejo-me como posso
do temporal da sua vontade.
É mais forte do que eu.
Engano-me.
Vence mais uma vez...
Rendo-me.
Vento impetuoso...

Como pode?
Como ousa?
Maria Eugenia
16/11/2007
*direitos reservados à autora*

sábado, 14 de março de 2009

Agridoce Canção - Salve o Dia dos Poetas



Hoje, dia 14/3, Dia do Poeta


Agridoce Canção


Há uma doce canção
que povoa
a imaginação do poeta...

Como um artista,
ele voa além dos sons,
transcende a imaginação,
a imaginação efêmera
de tudo que considera
mortal,
letal,
boçal,
para compor a canção
que o atormenta,
a agridoce canção
dos sem consciência.

A canção do poeta
é a voz muda trazendo à consciência
a cruel ignorância,
mortal ,
letal,
boçal,
imoral
dos que aprisionam
e emudecem o canto doce
da liberdade.

Maria Eugenia
24/10/2007
*direitos reservados à autora*

sexta-feira, 6 de março de 2009

Interjeições



Pergunto-me porque palavras?
Neste vazio disforme,
soam sem formar quaisquer orações,
ou ajuntamento de palavras.
Significantes sem significados.
Vácuo, mudez, sentidos petrificados.
O medo ensurdece,
abafa o entendimento,
dissipa a compreensão,
joga longe o significado, as expressões.

Então me pergunto por que palavras?
Talvez fiquem apenas interjeições,
espantadas interrogações.

Ei!
Até quando?
Será?
Mais um?
Ufa!
Oh!
Onde estamos?
Ai de nós!
SILÊNCIO...

Maria Eugenia
06/03/2009