terça-feira, 30 de setembro de 2008

Estação de trem




Velha estação de trem...
Era a vida da cidade.
A cada apito de chegada
Trazia junto a esperança
E uma porção de bagagem...

Senhoras e donzelas na janela
À espera do trem.
Que jamais atrasava
Trazia passageiros e os mascates,
Mas também revistas e novidades.
Crianças correndo pelos trocados
Das malas para carregar.
Homens de chapéu e gravata
Prontos para a capital embarcar.
Primeira classe, sim senhor!

A noiva despedindo-se em prantos.
O noivo com sorriso malicioso
As passagens em suas mãos suadas segurava.
Afinal o trem os levaria na segunda classe
Para a encantada lua-de-mel.

A família enlutada
Na plataforma esperava
Aquele parente que morto chegava,
Posto queria ser enterrado em sua cidade.
Reverência e silêncio no vagão de carga.

Risos, prantos, angústias e alegrias.
Tudo girava em torno da vida
Trazida pelo apito do trem
Chegando e partindo na outrora luxuosa estação.
Hoje museu,onde não mais se escuta o apito do trem!

Maria Eugenia
30/09/2008

sábado, 27 de setembro de 2008

Eternidade



Olham para mim
Eternidade
E me perguntam

Quanto tempo vou durar?

No entanto,
pergunto a mim mesma
que idade tenho???




Maria Eugenia
27/09/2008*
Do desafio do eu lírico*

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Quero te amar






Quero tanto te amar...


Entregar-me plena.
Sem reservas...
Sem falsos pudores
Que impedem os amores.

Quero te amar...
De modo completo.
Da forma mais arrojada
De tua visão extasiada
Que rompe os meus horizontes.

Quero te amar...
Entregar-me desejo
De corpo e alma...
Sem recusas ou reticências.
Completamente despojada
Nos véus que envolvem os amantes.

Quero te amar...
Amado de minh'alma...

Maria Eugenia
23/09/2008

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Bolas de Ilusão


Bolas de Ilusão
São bolas de sabão?

Brincadeira de criança.
Para mim são
Bolas de Ilusão
De uma infância de cores.
De cheiros.
De gente
De sabores
Bolas de sabão
tão
tão
tão gostosas...

Maria Eugenia
18/09/2008

sábado, 13 de setembro de 2008

Infinito




Infinito desejo de acertar...

Infinito inacessível.

Eu erro...Vejo o erro...

Infinito...Intangível...

Lógica...

Ilógica Infinita

Exercício infinito...

Ainda acerto

Meu lugar neste Infinito...
Maria Eugenia
13/09/2008

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Ode a um amigo




Um amigo mora em nosso peito.

Nos acostumamos com sua fala

Com sua presença

Com seus conselhos

E até com suas broncas.


Um amigo mora em nosso coração

Faz falta sua camaradagem

Sua abordagem

E sua ausência

provoca um vazio de solidão.


Um amigo mora na nossa lembrança

Mesmo ausente

Continua presente

Embora sua ausência provoque

Uma dor imensa como um punhal em nosso peito.


Ah!Amigo...Zé...


Maria Eugenia

11/09/2008

sábado, 6 de setembro de 2008

Uma gata borralheira moderna

Um casamento igual a qualquer outro. Pela manhã ela vai à padaria buscar o pão e o leite para servir ao marido e aos filhos que vão para a escola. Rápida, sempre faz o percurso dando bom dia aos vizinhos... Vizinhos de quase 20 anos... Puxa! Tanto tempo assim, pensou ela? Nem havia dado conta do tempo... Também sempre uma correria, sempre a mesma rotina...
Em casa, coloca a mesa para o café da manhã... O marido, de banho tomado, cheiroso, de terno, cabelo impecável, apressado, toma somente um cafezinho. Uma xícara de café para quebrar o jejum, depois na empresa, se der tempo almoça melhor... Despede-se dela perguntando se chegou o jornal.
Os filhos, na maior gritaria, tomam o leite e mastigam o pão, em pé, pois o ônibus escolar já buzina lá fora... Estão sempre atrasados. Dão um beijo apressado, lambuzado de manteiga e saem sem nem fechar a porta. Abanam a mão para o cachorro que sempre late fazendo festa até que eles cheguem ao portão. O ônibus parte e ela fica na janela olhando ao longe, acenando, acenando até que desapareçam na curva da avenida.
Sozinha, pensa em começar a faxina... Afinal os banheiros estão um horror e o cesto de roupa suja, atolado até à tampa... Liga a TV, pois trabalha assistindo os programas matinais... Sempre uma nova receita de culinária, receita para tirar manchas, um corte novo de cabelo...
Ela senta-se e começa a tomar seu café, afinal ainda não cuidou dela. Da mesa consegue ver seu rosto no espelho da sala de jantar. A imagem reflete um cabelo desalinhado, sem corte, amarrado... Pensa que não o tinge há mais de mês... Cadê tempo? E as tarefas da casa e o almoço? Sempre uma esposa e mãe exemplar... Uma esposa à antiga...
Pensativa, fica indecisa por onde começar... Faxinar ou lavar a roupa?
Um pensamento audacioso começa a insurgir em sua mente ocupada. As crianças já adolescentes vão ficar o dia todo na escola e sobrará bastante tempo para faxina. Portanto, a faxina primeiro. Mas e a roupa suja? Pensa no marido. Este também almoça quase sempre no restaurante da empresa. Liga quase todos os dias para dizer que tem um compromisso na hora do almoço e suas camisas estão passadas. Mas, o cachorro... Felizardo aceita qualquer tipo de ração...
Oras bolas, ela decide rápido. Pega o telefone, liga para o cabeleireiro, para a manicura e para o massagista... Todos estavam com a agenda livre. Que bom, afinal alguém tem que trabalhar. Além do mais, o marido deixou o carro com o tanque cheio...

Maria Eugenia
06/09/2008

*direitos reservados à autora*

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A difícil arte de fazer ARTE


Devaneios em meio aos sonhos
Surge
A vida
Nua e crua.

Existência
Concreta
Real
Levando-nos
a adotar
uma filosofia
para viver
E até para morrer.

Filosofia...
Infância
Morte...
Vida...Viva!!!

E as poesias continuam
Dia-a- dia
Surgindo neste espaço
Como reflexões
filosóficas
estéticas
literárias
abstratas
líricas
Ou tão somente
desabafos...

Quem pode,
Consegue ou deseja
Definir a Arte?
Adjetivar o subjetivo?
Classificar o inclassificável?
Seria “aprontar” uma arte!

Neste espaço
o pensamento
cede aos argumentos
do coração...

Maria Eugenia
05/09/2008
*a todos os que escrevem neste espaço do Café*