quinta-feira, 31 de julho de 2008

Minha poesia



Minha poesia não pretende ser pretensiosa.

Tampouco procura ser capciosa...

Ela é simplesmente o resultado

das sensações experimentadas

e em minh'alma guardadas.


Ela caminha por entre veios de emoção.

Alegria e tristeza se alternam,

em versos de loucura e paixão.

Muitas vezes são versos insípidos,

desatinados, entremeados de sonhos...


Entre a realidade e a imaginação

minha poesia passeia livremente.

E por ser livre em sua ação

o significado da incompreensão conhece.

Misturada às lágrimas de satisfação.


Minha poesia escrevo-a para mim...

Num ato de cura e prazer internos.

Vou povoando de versos o meu universo.

Da palavra de decifração enigmática ela nasce.

E cresce no meu mundo de sonhos e desejos...


Maria Eugenia

31/07/2008

quarta-feira, 23 de julho de 2008

O travesseiro e o lenço



Nove horas da noite. Lá vem ele chegando. Entra em casa lentamente como se obedecesse a um ritual. Fecha a porta da rua. Agora passa a chave na fechadura que range emitindo um som rouco, talvez pelos muitos anos em que não fora preciso trancar. Com os novos tempos... Com as notícias que escuta, precaver-se é melhor... Pensa em passar óleo na fechadura pela manhã.
Caminha até à cozinha, acende a lâmpada que pende do teto num fio esgarçado, que de tão velha, projeta mais sombra e penumbra, do que claridade. Mas que importa? Ele conhece tão bem cada palmo daquele lugar... Sua história se mistura a cada objeto... Tudo tão familiar, que até no escuro, saberia encontrar o que necessita.
Começa a passar um café... Contempla a mesa antiga e as quatro cadeiras... Quem se sentará para trocar conversa, amenizar a solidão, bebericar o café?
Já faz tanto tempo que não se ouve barulho naquele lugar... Já faz tempo que ninguém se senta à mesa e ocupa as cadeiras e o coração solitário... Pensa um pouco naqueles que passaram por ali... Mas pensa tão rápido, lembrança de segundos, para não dar lugar a nenhum sentimento...
Apaga a luz e vagarosamente vai fechando as janelas... Usa o banheiro...
Entra em seu quarto. Não precisa de luz, pois a claridade de um poste da rua clareia o ambiente pelas frestas da janela... O pijama dobrado no mesmo lugar... O travesseiro de penas para repousar a cabeça.
Deita-se, puxa as cobertas... Faz uma oração. Coloca a mão embaixo do travesseiro e pega a fotografia, a única que sobrou com todos os que já moraram ali, nos tempos de alegria.
Pega também o lenço para enxugar uma fininha lágrima que ainda teima em escorrer... Suas únicas companhias...

Maria Eugenia
23/07/2008

terça-feira, 22 de julho de 2008

Um tempo



Saudades...

Nem sei de que...

Notícias... Novas?

De morte.

De assassinato.

De infanticídio.

De roubo.


Saudades...

Tento entender de que...

Sentimento confuso.

Desejo de paz.

De amor.

De compaixão.

De amizade.

Saudades.

Preciso pensar em que...

Nas festas.

Nas bodas.

Na alegria.

Nas celebrações.

No riso dos convidados.

Saudades.

Entendo que...

Dos vizinhos.

Do bolo quentinho...

Da travessa sobre o muro.

Do cafezinho.

Do açúcar emprestado.


Saudades.

Entendo o porquê...

Cessou a festa.

Não chegam mais cartas.

Não se celebra mais a chegada.

Somente partida...

Mais uma despedida...


Até quando...

Preciso entender...

Até quando...

Não quero enlouquecer...

Até quando

Esperar contra toda esperança?...

Até enquanto a fé nos sustentar ...

Maria Eugenia

22/07/2008

sábado, 19 de julho de 2008

Cicatrizes




Lembrei-me das fotos.

Nosso álbum escondido há anos...

Enfrentei a dor de pegá-las.

Para não me entristecer mais.

Na inútil esperança de negá-las...


Negá-las como?

Apagá-las de que maneira?

Esperança sem fundamento.

Registradas elas foram

Nas fotos e no pensamento.


Se você não tivesse existido...

Se sua vida não estivesse estado

Tão entrelaçada na minha.

Poderia negar, abjurar que nunca existiu.

Um comprometimento, um juramento...


Mas as fotos...

As fotos revelam a verdade de um tempo.

Que mesmo apagadas, rasgadas

Ficam como sombras para sempre atormentando ...

São cicatrizes indeléveis em nossa história...


Maria Eugenia

20/07/2008

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Um lapso de memória




Um momento

Apenas

Tão somente

Um momento...


Um movimento

Apenas

Tão somente

Um movimento...


Uma saudade

Apenas

Tão somente

Uma saudade...


Um vazio

Apenas

Tão somente

Um vazio...


Um momento

De aguda saudade

Nenhum movimento.

Tão somente o vazio...


Maria Eugenia

14/07/2008


*Leninha que falta você faz ficando neste seu mundo*.

Aniversário da Marta

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Esperança



"Quero trazer à memória
Tudo que pode me dar esperança".(Lm 3)
Que ao início de cada manhã
A esperança levante meu semblante
Eu seja mergulhada na paz
Que me faz uma nova mulher.

Que a cada dia eu me lembre
que o sol nasce radiante.
Que a chuva rega a terra.
Que as flores lançam sementes
que os pássaros, em alegre canto,
espalham pela terra como grãos de vida.

Quero sim trazer à memória
A terna misericórdia divina.
Do trigo colhido e em pão transformado.
Da água que mata a sede do peregrino.
Dos abraços que abraçam e amparam.
Das mãos que tocam em afagos.

O desejo de sempre estar presente.
A cura da dor da ausência.
A certeza que invade a alma
E faz-me viver a despeito do medo.
Da graça da salvação alcançada
Do amor conquistado que me tornou nova mulher.

Maria Eugenia
13/07/2008

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Lembra



Um dia escrevi:Lembra.

Tão somente lembra.

Que o riso vem ao amanhecer.

E se não vier?

Agüenta...Recolha as palavras e lamenta.

Silencia... Um silencioso lamento.


Mas hoje escrevo e me retrato:

Lembra.Tão somente lembra.

Que o choro pode durar uma noite

Mas o riso vem com certeza ao amanhecer.

É promessa que não pode falhar.

Por isso não lamenta.

Aquieta e aguarda a promessa!


Maria Eugenia
09/07/2008

domingo, 6 de julho de 2008

Mestra Poeta



Mestra Poeta: aquarela

delicada. Recatada, em paz.

Respeitosa, admirável!

Que bela poesia,

nostalgia é capaz!


Deleito-me com tua verdade,

assiduidade e constância no ser!

Não me falte oportunidade...


Portanto, agora vou dizer:

Admiro-te, aspiro teu sopro,

com gosto e vontade discente.

Amanheço naquele alvoroço,

pois de mim, tornas-te ciente!


À nossa querida Mestra Poeta, Maria Eugênia!


Sereníssima/08 - 06/07/2008

sábado, 5 de julho de 2008

Devocional





05 de julho VIDA SANTA TEM PREÇO?

“Que Deus, que nos dá a paz, faça com que vocês sejam completamente dedicados a Ele” (1 Ts 5:23).

Se há uma mercadoria em extinção é a santidade de vida. Não sei o porquê, mas pouco se fala, atualmente, neste assunto tão importante. Criado espiritualmente numa Igreja que tem como lema “Santidade ao Senhor”, habituei-me a ouvir com constância exortações no sentido de se procurar uma vida perto da Cruz, perto de Deus.
Qual o preço de uma vida santificada?
Tenho aprendido que santificação é mais do que separação do mundo, embora também o seja, pois ser santo e mundano ao mesmo tempo é tentar misturar água com óleo. Não dá certo.
Uma vida santa exige termos a certeza da nossa salvação em Cristo. Ser salvo não é um sentimento. É uma posse. No momento em que tomo posse da promessa de Deus, que afirma que Ele me amou de tal maneira que deu Seu Filho por mim, imediatamente torno-me filho de Deus. Num ato instantâneo, sou justificado, regenerado e adotado na família de Deus. Isso não é arrogância. É segurança.
Outro fato que me ajuda a caminhar para a vida de santidade é a consagração sem reserva de minha vida à vontade de Deus. Paulo, escrevendo em Romanos 12, diz que “devemos entregar nossos corpos como sacrifício vivo e agradável a Deus”. Isso significa consagração: colocar-se nas mãos d’Aquele que tudo pode, inclusive, tornar santo aquilo que a Ele consagrei.
Nessa mesma direção, devo, pela fé, confiar na Palavra de deus que me chama à santificação. Jesus orou: “Pai, santifica-os na verdade, a Tua Palavra é a verdade” (Jo 17:17). Jesus derramou Seu sangue, para santificar Seu povo. E o Espírito Santo, que é a essência de Deus, portanto, Santo, vem com Seu poder sobre nosso coração sincero e nos santifica, conforme lemos na Palavra:” E o Deus da paz vos santifique em tudo...”(1 Ts 5:23).
Vida santa tem preço. Ele já foi pago na Cruz pelo Senhor Jesus. O que nos cabe é abrir nossos corações e viver na luz conforme nos convida a Sua Palavra. E Deus, somente Ele, fará o que só Ele é capaz de fazer.

PENSAMENTO: Vida santa tem preço, preço de cruz.

ORAÇÃO: Senhor, que eu esteja neste mundo com uma vida santa, sem compactuar com o pecado e que eu possa Te exaltar através do meu viver. Em Cristo, amém.

LEITURA: Mc 13:1-14 1 Rs6 Os 8

Devocional extraído de: Bálsamo e Mel - Meditações Diárias
Autor: Pr. L.Aguiar Valvassoura


sexta-feira, 4 de julho de 2008

A Dança




Seus braços me enlaçam.
Seu rosto cola-se ao meu.
Iniciamos a dança...

Maria Eugenia
04/07/2008

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Grito Surdo




Ouço o silêncio da madrugada.

Dormir não consigo.

Revolvo-me de um lado para outro

Buscando apagar sua imagem

impregnada em mim feito tatuagem...


Grito um grito surdo, amortecido.

Choro lágrimas que já não escorrem

Dentro em mim já secaram.

Queria riscar totalmente seu nome

gravado indelével em minha pele .


Amanhece...

O primeiro rasgo de clarão da manhã

encontra-me completamente ensandecida.

No chão sentada , desalinhada...

Insone, espero a resposta

do grito surdo que você não ouviu...


Maria Eugenia

03/07/2008

terça-feira, 1 de julho de 2008

A Procura



Procuro a mim mesma.
Busco a minha essênciano âmago de meu ser.
Tento encontrar inspiração
Sentindo o árido deserto
que se tornou o meu escrever...

As letras se movem
Embaralham-se...
Não consigo tocá-las.
Surgem e desaparecem
Como se dançassem
Numa espiral vertiginosa
Escapando de minhas mãos.

Atrevo-me a tocá-las.
Elas serpenteiam sinuosas.
Escondem-se zombeteiras
Deslizando sorrateiras
Furtivas como um tremendo lapso.
Como uma sinfonia de total descompasso.

Nesse exercício de alcançá-las
Debati-me em profunda exaustão.
Fui amiga da depressão.
Abandonei a pena, sai de cena.
Jurei nunca mais escrever.
Decretei abandoná-las.

Porém, como um escriba delirante
Que não vive sem o calor da letras
Tento, tento tocá-las mais uma vez
Na esperança ou no desespero de encontrar
O grande e misterioso caminho do escrever...

Maria Eugenia
01/07/2008