terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Tempo Mágico



É Natal! Luzes enfeitam as casas, as cidades deste mundo de ilusão. Músicas se espalham pelo ar. Champagnes espumantes formam desenhos variados, provocando risos, cumprimentos, beijos e abraços. Alegria, depois de um ano de trabalho. É natural e merecedor. Cada qual sonhou com o seu presente, embrulhado em papel colorido de vida, com laço de cetim da esperança.


Neste tempo parece que o mundo para, a dor desaparece, a angústia se dissipa, a festa toma forma de anestesia para mascarar a realidade até então vivida e o grande baile da alegria começa... É a magia doa amor, da confraternização.Os fogos cortam os céus num espetáculo de cores, de luzes, com estrelas que dançam vertiginosamente, retirando dos lábios dos homens monossílabos de exclamação. Natal é também tempo de abrir o coração para ser melhor, para um exame de consciência, para a reflexão...É tempo para propor novos caminhos, desejar perdoar e recomeçar...


Natal sempre é tempo de o bem vencer o mal.


"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Deus Forte, Pai da Eternidade, Princípe da Paz." (Isaías 9,6)Feliz Natal a todos e excelente 2010.


Maria Eugenia

22/12/09

*direitos reservados*

domingo, 13 de dezembro de 2009

MINHA POESIA






Minha poesia não pretende ser pretensiosa.
Tampouco procura ser capciosa...
Ela é simplesmente o resultado
das sensações experimentadas
e em minh'alma guardadas.

Ela caminha por entre veios de emoção.
Alegria e tristeza se alternam,
em versos de loucura e paixão.
Muitas vezes são versos insípidos,
desatinados, entremeados de sonhos...

Entre a realidade e a imaginação
minha poesia passeia livremente.
E por ser livre em sua ação
o significado da incompreensão conhece,
misturada às lágrimas de satisfação.



Minha poesia escrevo-a para mim.
Em um ato de cura e prazer internos,
vou povoando de versos o meu universo.
Da palavra de decifração enigmática ela nasce.
E cresce no meu mundo de sonhos e desejos...

Maria Eugenia
31/07/2008
*direitos reservados*

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

ABREM-SE OS CÉUS



Abrem-se os céus,
desce a chuva.

Chuvaréu
dos altos céus.

Aqui, nós os homens,
encolhidos,
escondidos
com medo das águas
que nos fazem perder o chão.

Cai a chuva
'do buraco' aberto nos céus.

Agora, nós os homens,
valentes, destemidos
em nossas inconsequências,
perplexos, diante da revolta das águas
que nos fazem perder a razão.

Abrem-se mais e mais os céus,
desaba a chuva.
Chuvaréu.
Abala as cidades
que de tão altas
sobem e rasgam até os céus!

Maria Eugenia
8/12/09
*direitos reservados*

domingo, 6 de dezembro de 2009

VAIDADE DAS VAIDADES



Amei com toda intensidade.
Desejei,
desejei contra toda verdade,
vaidade das vaidades...

Busquei nas amenidades,
na profundidade procurei.
Desejei...
Feri-me na superficialidade
das vaidades.
Vaidade das vaidades...


Chorei o choro.
Paguei o preço.
Amei com toda intensidade.
Desejei...

Apostei alto,
mergulhei na inconsequência
da irreverência que não tem preço.

Gritei a dor profunda,
lancinante,
perplexa,
sem sonhos não mais desejei...
Morri a morte da consciência.
Enterrei-me na vala
na vala da vaidade.
Vaidade das vaidades.

Maria Eugenia
28/11/2007
*direitos reservados*

domingo, 29 de novembro de 2009

DIVIDIR

Mínimo
Máximo
Divisor
Comum...

Que faço
se não sei dividir
você com ninguém?
No mínimo,
tento ao máximo fingir.

Neste jogo
não sigo regras.
Nem mais.
Nem menos.
Quanto mais dividir.

Maria Eugenia
10/12/2007
*direitos reservados*

domingo, 15 de novembro de 2009

ESPERANÇA



Quero trazer à memória
Tudo que pode me dar esperança.
Que ao início de cada manhã
A esperança levante meu semblante
Eu seja mergulhada na paz
Que me faz uma nova mulher.

Que a cada dia eu me lembre
que o sol nasce radiante.
Que a chuva rega a terra.
Que as flores lançam sementes
que os pássaros, em alegre canto,
espalham pela terra como grãos de vida.

Quero sim trazer à memória
A terna misericórdia divina.
Do trigo colhido em pão transformado.
Da água que mata a sede do peregrino.
Dos abraços que abraçam e amparam.
Das mãos que tocam em afagos.

O desejo de sempre estar presente.
A cura da dor da ausência.
A certeza que invade a alma
E faz-me viver a despeito do medo.
Da graça da salvação alcançada
Do amor conquistado que me tornou nova mulher.

Maria Eugenia
13/07/2008
*direitos reservados*

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Um gélido silêncio




Um silêncio absolutamente incomum
tomou conta dos dois.
Sonhos, desejos, projetos
desapareceram ante o gélido silêncio.

Como pode acontecer
assim tão de repente?
Os dois não perceberam
o abismo sepulcral da indiferença?

Se perceberam, calaram-se
por comodidade, apego,
medo de mudar a rotina
tão sacramentada no ritual do dia-a-dia.


Agora, frente a frente,
as palavras esvaeceram por completo.
Somente um pigarro forçado
quebrava a monotonia do silêncio.

Maria Eugenia
5/11/2009
*direitos reservados à autora*

domingo, 1 de novembro de 2009

Até que vença a Paz!






Até quando?
Até que...
A humanidade seja semente
de sonho
e liberdade.

Até que
a Vida vença a morte.
Até que...
a gente no presente
de alma inquieta
vislumbre no futuro
de alma lavada
a possibilidade
da paz sem fim,
de gestos afetuosos,
de toques,
de afagos,
de brilho de vida no olhar.



Até que...
Maltratando a Terra
a própria maldade
não nos tenha envelhecido.
Não nos tenha embrutecido.
Que não faltem as palavras
como bálsamo
para a cura dos cansados.



Até que
a violência cesse
no abraço da solidariedade.
Até que
a semente do sangue
de tantos ao longo dos séculos
tenha germinado.
Até que
o lobo ao lado do cordeiro
vivam juntos nos campos da paz...

Maria Eugenia
19/04/2008
01/11/2009
*direitos reservados à autora*

domingo, 11 de outubro de 2009

POESIA DE UMA VOVÓ




Neste dia da Criança
quero escrever ao meu menino...
Para tanto gostaria
de ter todo o talento do mundo.
De conhecer todas as palavras.
Ter a habilidade de um escriba.
E a capacidade de um escritor.

Queria conhecer toda a harmonia dos sons.
Decifrar todos os dons...
Gostaria de ter os poderes dos super-heróis.
Que com um truque transformam o mundo.
Queria transformar as cores
em um lindo arco-íris de uma nova aliança
De paz e esperança...

Mas, não possuindo essas habilidades
Entendi que tenho braços para abraçá-lo...
Beijos de batom para melecar sua bochecha...
Um almoço gostoso na casa da vovó...
Sorrisos e cócegas para alegrar a vida.
E um coração em prece para pedir a Deus
Proteção para todos os dias de sua vida.

E num rasgo de entendimento compreendi ainda
Que tenho voz para dizer:
CADU, a vovó o ama muito, muito...
Você encheu nossa casa de riso.
Tirou o luto e trouxe os raios do sol.
Com o sol foi devolvida a vida
Que se escancara nas suas estripulias...


Maria Eugenia
11/10/2009
*ao meu netinho Cadu, hoje com 7 anos e a todas as crianças de todas as idades
**direitos reservados à autora*

domingo, 27 de setembro de 2009

RECOLHA







Recolha as palavras...

Emudeça...
Olhe os tempos,veja os sinais.
Sinta os odores,pressinta as dores...
Espera...
como mãe na expectativa do parto.

Guarda o choro.
Não grite, agüente
a espera angustiante...
Recolha as palavras...Não as gaste.
Olhe os tempos, observe os ventos
perceba a direção agora sem dissimulação.
Agüenta...
Alimenta o teu corpo
com a ausência.
Mantenha a aparência.
Use as reticências
que simulam calma
quando a alma alimentam.

Não se agite.
Aguarde. Permaneça imóvel
guarde o que resta.
Sobreviva.
Não se dobre.
Como a mulher em dores de parto.
Aguenta...

Lembra. Tão somente lembra
que o riso vem ao amanhecer.
E se não vier?
Aguenta...
Recolha as palavras e lamenta.
Silencia...
Um silencioso lamento.
Mesmo que tenha um sorriso
dissimulado no rosto.

Maria Eugenia
15/11/2007
*direitos reservados à autora*

domingo, 16 de agosto de 2009

Perdida



Na tua vida a minha vida
se misturou e se fundiu
qual pintura em que não se distingue
a água ou o óleo
o pincel ou os dedos
o criador ou a criatura.

Mistura química
totalmente amalgamada,
juntada numa total mescla
que, se repartida, cada parte
perde uma parte do todo.

Como separar a tua vida da minha vida?
Se já não sei se estou viva
ou se vivi pela tua vida...
Respirar não significa nada
Sentir não significa que estou viva...

Perdi-me nos teus sonhos,
fundi-me em tua pele,
misturei-me ao teu cheiro.
Vivi os meus anos nos teus anos
que já não sei se tenho vida,
se vivi pela tua vida
ou morri e não senti.

Perdi-me...
constatei tardiamente
que não vivi.
Sobrevivi tão somente.

Maria Eugenia
15/8/09
*direitos reservados à autora*

sábado, 8 de agosto de 2009

Adormecida









Saudade do teu cheiro.
Cheiro bom,
cheiro brejeiro,
cheiro de flor do campo
misturado com alfazema.

Saudade do teu colo.
Colo bom...
Minha cabeça reclinada.
Adormecida,
embalada pelo teu cheiro.

Saudade da tua presença,
lembrança benfazeja,
impregnada na memória.
Flor do campo...
Alfazema...
Cheiro brejeiro.
cheiro de flor do campo...
Colo bom!
Lembrança gravada na memória...
Campo...
Odor...
Flor...
Carícia...
Embalada...
Adormecida...
Saudade do teu colo, mãe!

Maria Eugenia
04/01/2008
*direitos reservados à autora*

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Partes

Na sutileza das emoções
o coração foi partido.

Parte ficou na nudez da solidão
secando como folha ao vento.
Outra parte ousou desnudar-se,
aventurar-se,
abrir-se
como flor ao sol.

Parte na total solidão
definhou...
Outra parte intentou correr
em busca de outro afeto.
Parte preferiu a morte.
Outra parte preferiu a vida.

Parte proferiu disparates
amargou a alma
preferiu absinto.
Outra parte sonhou amores
viveu em ardores
preferiu vinho tinto.

Maria Eugenia
08/12/2007
*direitos reservados à autora*

domingo, 26 de julho de 2009

Liberdade



De alma lavada exponho-me à vida.
Coração aberto.
Avidamente busco meu quinhão de liberdade.
Sinto o frescor do vento.

Saboreio a paz da manhã.
Deixo-me banhar pelos tímidos raios de sol,
prenúncio de outono.
Elimino os fantasmas.

Revivo os sonhos.
Busco os mais ardentes desejos
escondidos, trancados,algemados
que foram pela solidão.



Corro a corrida da liberdade.
Singro mares desconhecidos.
Oriento-me pela bússola da esperança.
Nada levo comigo.

Apenas saboreio cada ato de vida.

- ofereço a meus pais pelos 60 anos de casamento!

Maria Eugenia
13/04/2008
*direitos reservados à autora*

sábado, 18 de julho de 2009

Lapso de Tempo




Lá parecia tão distante,
não obstante
ser tão próximo daqui.
Lá onde jazia a lembrança
hoje tão vaga,
difusa,
confusa...

Quem mudou?
Você ou eu?
Lá já não é tão distante.

As lembranças misturadas,
agitadas,conturbadas,
dizem que o tempo é aqui...
Mas o tempo passou.

Quem mudou?
Você ou eu?

Lá ficaram as impressões,
as sensações
que trazem à memória
a certeza já tão incerta
de que lá não é tão longe daqui...

Lá e aqui...
Apenas lapso do tempo que passou.
Quem mudou?
Você ou eu?
Por que perguntar?
Querer se enganar,
se o tempo já passou...

Maria Eugenia
15/10/2007
*direitos reservados à autora*

sábado, 11 de julho de 2009

Descoberta


Um dia acordei poeta.
Consumi-me em meio às letras,
sílabas, frases, versos.
Deliciosas descobertas
formando mil universos
de gozo e prazer.

Um dia chamaram-me poeta.
Consumi-me em angústia,
embaralhei-me em meio às letras,
sílabas, frases, versos.
Temerosa, sem coragem de expor-me.
Em meu universo enclausurei-me.

Mas que fazer
em meio às novas descobertas
de novos versos
de mil universos?
De palavras rompendo em meu peito
numa explosão de gozo e prazer?

Fui vencida.
As palavras conquistaram-me.
Deixei-me ser...

Maria Eugenia
30/05/2008
*direitos reservados à autora*

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A MENINA



Remexendo nas reminiscências
mais antigas e sepultadas
nas profundezas de minha mente
encontrei-me com uma menina.


Sentamos ao lado da cama
e começamos a desfiar as lembranças.
Perguntava para a menina

com sede de trazer à memória
lembranças ora alegres,
ora tristonhas de um já tão desgastado tempo.
Cheiros, cores, odores...
Pessoas... Flores... Amores.

Fatos corriqueiros como um tombo
ou extraordinários como uma visita importante
ficavam doces e brilhantes
pela lembrança vívida da menina.

Fizemos um passeio pelo tempo...
Relembramos com riso e choro
cheiros, cores, odores
Pessoas... Flores... Amores.

E ao final deste encontro
senti que eu e a menina
apenas nos separamos
nas lembranças de um tempo.

Maria Eugenia
24/02/2008
*direitos reservados à autora*

sexta-feira, 12 de junho de 2009

A Dança

Com carinho para meu marido, neste dia dos namorados.

A Dança

Seus braços me enlaçam.
Seu rosto cola-se ao meu.
Iniciamos a dança...

Maria Eugenia
04/07/2008

*direitos reservados à autora*

sábado, 16 de maio de 2009

Calafrios



Senti calafrios
pelo fio de esperança
que ainda ousava pulsar
em um quase insulto
aos que a queriam matar...


Fino fio de esperança...
Esperança... Que espera
ainda viva, arfante
teimosa, insidiosa
ousada
ou talvez temerosa,
mas que resiste
persiste...
E matar não se deixa.

Esperança abalada, sucateada
rifada por qualquer mil réis...
De que material é feita?
Da fria lâmina de aço?
Do gelo que queima
tal como navalha afiada?

Frio fio de esperança.
Que morrer não se permite.
Esperança que ainda
quase morta toma força.
Renasce vitoriosa
qual clamor popular,
qual grito que sai do peito
como mãe que amamenta,
como milhares de vozes
em uníssono,
em um quase insulto
aos que a queriam matar.

Maria Eugenia

05/12/2007

*direitos reservados à autora*

sábado, 9 de maio de 2009

Âncora



Navegando nos teus mares
delicio-me nas profundezas
do teu abraço
que como uma âncora
faz-me sentir segura.

Braços que me enlaçam.
Protegem-me.
Fazendo acalmar
a tempestade bravia
dessa terrível ansiedade
que se instala e me agita.

Ansiedade que como noite
insiste em desestabilizar
as minha emoções
tentando lançar o meu barco
à deriva de uma aventura qualquer.

Maria Eugenia
23/03/2008

*direitos reservados à autora*

sábado, 2 de maio de 2009

Ao Meu Amado






A tua formosura
ó meu amado...
A quem te comparar?

És o mais belo
entre os filhos dos homens...
Os teus olhos
quando me olham
parecem chamas de fogo,
que me envolvem
abrasando meu coração.

A tua tez branca, alva.
Mais alva que a neve.
Suave e perfumada.
Exala o perfume
de nardo puríssimo.

O teu nome...
Como posso dizê-lo?
Ah! O teu nome.
O Nome sobre todo nome.
Que me encanta
só ao pronunciá-lo.
A tua voz parece as vozes de todos
os homens do mundo.
Voz de todas as cascatas
assobiando após as chuvas.
Sussurrando poemas de amor.
O meu amado é meu.
Eu sou do meu amado...
Beija-me com os beijos
da tua boca.
Leva-me para deliciar-me
em tua presença.
E cantar canções livremente
em êxtase de amor.

Ah! Meu amado.
A tua formosura...
O teu nome...
A tua voz...

Maria Eugenia (O nome é Jesus: o amado...inspirado em Cantares)
21/05/2008
*direitos reservados*

sábado, 28 de março de 2009

ABRIGO



Vento...
Ventania forte
prenúncio de temporal.

Abrigo-me.
Escondo-me...
Tento descansar.
Pensar causa-me esforço...

Vento...
Ventania forte.
Chega impetuosa
arrastando debaixo de suas asas
o meu frágil abrigo.

Desnuda-me.
Como pode?
Como ousa?
Até onde seus olhos me perscrutam?
Até quando devo viver
na instabilidade do vento
dos seus desejos?

Cubro-me.
Protejo-me como posso
do temporal da sua vontade.
É mais forte do que eu.
Engano-me.
Vence mais uma vez...
Rendo-me.
Vento impetuoso...

Como pode?
Como ousa?
Maria Eugenia
16/11/2007
*direitos reservados à autora*

sábado, 14 de março de 2009

Agridoce Canção - Salve o Dia dos Poetas



Hoje, dia 14/3, Dia do Poeta


Agridoce Canção


Há uma doce canção
que povoa
a imaginação do poeta...

Como um artista,
ele voa além dos sons,
transcende a imaginação,
a imaginação efêmera
de tudo que considera
mortal,
letal,
boçal,
para compor a canção
que o atormenta,
a agridoce canção
dos sem consciência.

A canção do poeta
é a voz muda trazendo à consciência
a cruel ignorância,
mortal ,
letal,
boçal,
imoral
dos que aprisionam
e emudecem o canto doce
da liberdade.

Maria Eugenia
24/10/2007
*direitos reservados à autora*

sexta-feira, 6 de março de 2009

Interjeições



Pergunto-me porque palavras?
Neste vazio disforme,
soam sem formar quaisquer orações,
ou ajuntamento de palavras.
Significantes sem significados.
Vácuo, mudez, sentidos petrificados.
O medo ensurdece,
abafa o entendimento,
dissipa a compreensão,
joga longe o significado, as expressões.

Então me pergunto por que palavras?
Talvez fiquem apenas interjeições,
espantadas interrogações.

Ei!
Até quando?
Será?
Mais um?
Ufa!
Oh!
Onde estamos?
Ai de nós!
SILÊNCIO...

Maria Eugenia
06/03/2009

sábado, 7 de fevereiro de 2009

40 anos de formatura



Em 2008 comemoramos 40 anos de nossa formatura no Curso Normal do Instituto de Educação Valentim Gentil e creio que todos os meus colegas se lembram desta casa de ensino com muito carinho.

Realmente, entrei na PUC de São Paulo (Sedes Sapientiae) em 1969, sem fazer cursinho e em 10º lugar no rank geral da Universidade ( não prestei mais em nenhum lugar à época). Meu professor de Gramática Normativa perguntou onde eu havia estudado, "fascinado"(como disse ele) com o que eu já havia aprendido. Eu já escrevi isso no Quem se lembra desta comunidade.

Nossa turma era formada por alunos alegres, bagunceiros, amigos e que queriam bem aos seus professores e eram queridos por eles e que também traziam com amor o emblema da águia do IEVG.

Indisciplina existia, situações hiláricas aconteciam constantemente, haja vista a expulsão do Mario XXXX, no 2º semestre do terceiro ano do curso Normal, às portas da formatura.Fatos notórios que aconteceram naquele tempo são contados até hoje. Indisciplina sempre existiu. O limite e a intervenção da escola e da família fazia a diferença.
Também fui professora pública até 1998. Continuo lecionando no ensino médio técnico particular e em cursos de pós e coordenadora pedagógica de escola particular. Conheci quatro décadas da educação. Vi a ditadura, vi questões salarias gravíssimas (achatamento de salários), declínio do ensino com critérios de aprovações absurdas, abertura de cursos aprovados aos montes e com isso a má formação dos docentes e de profissionais de todas as áreas.

Mas, ainda creio que o pior é o desrespeito e a falta de limites na família, que reflete diretamente na escola. O Valentim de hoje não é diferente de toda a sociedade brasileira, com violência, desrespeito às leis estabelecidas e falta de uma política educacional séria e contundente.

Pena! Temos familiares que continuam estudando neste honroso Instituto!Pena para Itápolis que foi celeiro de grandes personalidades. Pena para todos nós brasileiros que discutimos, propomos e estamos sem força de mobilização. Viva a memória!


Maria Eugenia
07/2/2009
*texto escrito no tópico do Arquivo: 80 anos do IEVG, na comunidade de Itápolis*

sábado, 31 de janeiro de 2009

Em busca do Amado



Ah! Como eu o esperei!
Desesperadamente,
procurei-o como a corça
procura pelas águas.
Sedenta.

Ah! Como eu o busquei!
Desesperadamente,
como a terra seca
espera pelas chuvas.
Ansiosa.

Solucei, ah!
Como solucei.
Desesperadamente,
como criança desamparada,
perdida sem seu colo.
Solucei.

Enfim, você chegou.
Mansamente,
tomou-me nos braços.
Matou minha sede.
Acalmou-me, fez-me serena.
Solucei.

Ah! Como eu chorei!
Chorei de amor.
Copiosamente,
molhei meu rosto
com cascatas de lágrimas
que lavaram minh'alma.
Nasci de novo.

Maria Eugenia
31/01/2009

*seminário de Adoração*

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Um Filho






Que uma mãe pode dizer de um filho?
O que ela pode dizer acerca de seu filho
Amado
Querido
Desejado?


Quaisquer adjetivos ficam aquém.
Qualquer pintura não retrata em cores
A beleza de um coração
Puro
Doce
Amável.


Um arco-íris seria imprescindível
Com todas as suas tonalidades.
Um dicionário inteiro seria necessário
Com as linguaguens do universo.
E ainda assim ficaria a dever.

O que dizer a um filho?
O que dizer acerca desse filho?

Senão que Deus o abençoe
com toda sorte de benção.
Que os céus se abram e se derramem
em torrentes de misericórdias
em entranhados afetos
em ondas de amor e alegria
preenchendo cada segundo de sua vida.

O que uma mãe pode dizer?
Filho amado,
Filho querido,
Filho desejado...

Parabéns!

Maria Eugenia
27/01/2009

sábado, 24 de janeiro de 2009

eu

bbbbbbbbbb

domingo, 11 de janeiro de 2009

Recordar e atualizar!




Recordar é viver. Não consigo me lembrar, se a frase é de alguma música ou poesia, mas sei que já li. Se recordar é viver, estou viva. Que verdade! Tenho experimentado em minha vida. Sempre achei que recordar fosse coisa dos que passam da terceira idade, para não ser politicamente incorreta usando o termo: velhos.
Mas tenho me assustado, ou já entrei na terceira idade, ou estou politicamente correta na minha classificação: estou ficando velha, ou avançando na idade. Por que digo isto? Porque continuamente me pego nas recordações de fatos, pessoas, circunstâncias. Digo para mim mesma: puxa!E não é que isso pega. Bem feito!
De fato, ontem sentada na varanda, em casa, após dar aula de Português e usar um material em pps no computador, pus-me a recordar. Fatos foram chegando de forma agradável em minha mente.
Lembrei-me de quando iniciei minha carreira no magistério. Tinha 18 anos e o único material que dispunha para trabalhar era o giz e o apagador. Giz branco, colorido e dos comuns, porque nem se falava em giz antialérgico e nem na nova ortografia. Ah! Mas como esquecer da régua de madeira, enorme, para traçar as linhas na lousa para escrever redondinho. Todos que entravam na sala de aula diziam: que letra linda. Letra de professora, respondia eu, toda pomposa. Anos a fio de caligrafia.
Tempos depois chegou à escola um lindíssimo mimiográfo. Que engenhoca linda, sucesso total. Uma labuta, chegar cedo à escola para rodar o material a ser usado na classe. Primeiro, escrevia-se ou desenhava-se no stencil. À mão ou com máquina de datilografia. Um primor, obra de artista. Aí, começava a maratona. Colocava-se o stencil no mimiográfo, do lado correto, é claro, mas nem sempre era tão claro assim e a perda do material era certa, porque a máquina já estava encharcada de álcool. Iniciava-se a rodagem manual, ou braçal, folha por folha. E para secar o álcool, as folhas eram espalhadas uma a uma sobre uma mesa na sala dos professores ou na secretaria. Este trabalho braçal, eu creio, deve ter sido uma “benesse”, para que nós, professores fizéssemos musculação, pois não tínhamos tempo para freqüentar academias.
Os alunos não ficavam dependentes de álcool, tamanha exposição ao cheiro, mas que gostavam, gostavam. Isso era evidente, pois todos levavam as folhas ao nariz e diziam: que cheirinho de álcool!Sem contar as folhas borradas, que não secavam convenientemente e nossas mãos arroxeadas do tocar no stencil, além do riso dos alunos quando nosso rosto aparecia marcado como hematomas, pelo fato de ter limpado o suor com as mãos borradas.
Mas logo chegou uma máquina mais poderosa. O nome? Retro projetor. Queria escrever na nova ortografia, mas o Word não aceitou, não vou insistir. Recebeu o apelido de Retro, mais simples, mais fácil. Que maravilha! Que facilidade! Escrevia-se com máquina de datilografar ou fazia-se xérox de outros materiais e projetava-se em uma parede clara ou em uma tela branca. Cobria-se com uma folha de sulfite o que não era para leitura e pouco a pouco ia descortinando aos olhos dos alunos todo o material. O problema era a quantidade de retros para uso de todos os professores, se é que podemos denominar problema, pois numa sociedade organizada, dividia-se de forma democrática, em rodízio, o dia de uso de cada um. Isso era bom, dizia a coordenadora pedagógica, pois exigia planejamento de aulas. Coordenador é sempre coordenador! Rale-se o professor.
Ainda se podia usar o projetor de slides, guardados em caixinhas e projetados na sala de aula. Mais sofisticado e atendendo às disciplinas mais específicas. Tudo para fugir do giz e do apagador tão somente. Projeção em sala de multimídia? Nem em sonho. Mas nosso sonho era motivação? Criatividade? Necessidade de ser diferente? Sair do lugar comum? Não sei responder... Talvez curiosidade inventiva ou intuitiva de um educador que nunca se conformou com a mesmice.
Por último, o computador. Chegou a minha vida há uns 15 anos atrás. Confesso que sofri, chorei, gemi. Que medo de perder todo o material. Salvar, deletar, anexar... Que linguagem nova... O computador me dominava e não eu a ele. Mas fui insistindo, fomos ficando amigos, primeiro desconfiados, depois amigos mais próximos e hoje quase íntimos. Não posso dizer íntimos porque preciso descobrir ainda muitas coisas. Mas posso dizer que ele é muito pacencioso comigo. Permite-me tocá-lo, explorá-lo e eu vou ficando apaixonada.
O giz? Meu primeiro amigo, ainda tem lugar no meu coração, mas confesso que ele quase faz parte das minhas recordações da segunda idade. O mimiográfo? Ficou encostado no canto de alguma sala ou na biblioteca da escola. O projetor de slide? Foi substituído pela máquina digital. E o computador? Ah! Este me faz recordar o que ficou no tempo passado. E se não me atualizo e não atualizo o pc todo ano, ele é um amigo cruel e vai me deixando para trás.
Recordar é viver... Só recorda quem viveu.

Maria Eugenia
12/01/2009
*direitos reservados à autora*

domingo, 4 de janeiro de 2009

E o Verbo




"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós,

cheio de graça e verdade,

e vimos a sua glória,

glória como do unigênito do Pai".


(Jo 1,14)



Maria Eugenia

04/01/2009