terça-feira, 5 de agosto de 2008

Chuva Fria



Chove.

Chove uma chuva fria.

De finas gotículas

Mais parecendo uma densa névoa

Encobrindo toda a cidade...


Chove tambémdentro do coração da moça.

Uma chuva de gotas amargas,

Doloridas, um vazio angustiante.

Asfixiante sensação de estar só.


Chove na cidade e na alma...

Um barulho de água na janela.

A moça acordada, prostrada.

Ouvindo o som dos pingos que fazem

Uma serenata que não é mais para ela...


Chove...

O som da chuva fria.

Fazem-na lembrar dos dias de outrora.

Lembra-se das gotas encharcando os cabelos...

Lembra-se da chuva que caia batendo na janela

Lembra-se do tempo da serenata que era só dela...


Chove...

Chove uma chuva fria...

A moça decide levantar-se nesse dia.

Começar um tempo novo...

Abre a janela.

Contempla a chuva que respinga em seu rosto.

Sente o som da serenata da vida no seu coração.


Maria Eugenia

03/08/2008

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