quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Na madrugada



Penso nesta alta madrugada
Que sentido faz a poesia
No meio desta vida tão emaranhada
Que parece um mundo de fantasia.

Como poetisar sem chorar?
Cantando amores e também as dores.
Como poetisar sem sorrir?
Traduzindo esperança e horrores.
Num contra-senso da estética.

Que sentido faz a poesia
Na pós modernidade que tem pressa?
Na correria do dia-a-dia
Nesta civilização do descartável?
Do renovável
Do reciclável
Do biodegradável?

Penso nesta alta madrugada.
Que sem a poesia, a brutalidade
O embrutecimento das emoções
O entupimento das artérias
A gangrena pela falha de circulação
Já teriam levado a óbito
os mais ricos sonhos da humanidade.

Desperta , penso nesta madrugada
Na sensibilidade que faz da pena
O adubo do amor
A seiva da fraternidade
O espaço da generosidade.


Maria Eugenia
14/11/2008

Um comentário:

Malu disse...

Ainda bem que temos a poesia, que temos a TUA poesia.