Procuro a mim mesma.
Busco a minha essênciano âmago de meu ser.
Tento encontrar inspiração
Sentindo o árido deserto
que se tornou o meu escrever...
As letras se movem
Embaralham-se...
Não consigo tocá-las.
Surgem e desaparecem
Como se dançassem
Numa espiral vertiginosa
Escapando de minhas mãos.
Atrevo-me a tocá-las.
Elas serpenteiam sinuosas.
Escondem-se zombeteiras
Deslizando sorrateiras
Furtivas como um tremendo lapso.
Como uma sinfonia de total descompasso.
Nesse exercício de alcançá-las
Debati-me em profunda exaustão.
Fui amiga da depressão.
Abandonei a pena, sai de cena.
Jurei nunca mais escrever.
Decretei abandoná-las.
Porém, como um escriba delirante
Que não vive sem o calor da letras
Tento, tento tocá-las mais uma vez
Na esperança ou no desespero de encontrar
O grande e misterioso caminho do escrever...
Maria Eugenia
01/07/2008
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